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sexta-feira, 18 de maio de 2012

Dor crônica



ALGUÉM AÍ SABE O QUE É SENTIR DOR DESDE O MOMENTO EM QUE VOCÊ ACORDA ATÉ O MOMENTO EM QUE A DOR LHE CANSA TANTO QUE VOCÊ DORME, DIA APÓS DIA, SEM INTERVALO?
   Meu pai teve um ACV isquêmico há cerca de 4 anos. Atendimento de emergência precário, internação conturbada, hospital sem recursos e todas as dificuldades que puderem imaginar. Porém, gostaria de compartilhar o que mais prejudicou a recuperação e a qualidade de vida durante 3 anos e que nenhum NEUROLOGISTA E NENHUM FISIATRA CONSEGUIU DIAGNOSTICAR: uma dor crônica que ele sentia na região do quadril e coxa (lado direito, o afetado pelo AVC).

   Não se tratava de uma dor com a qual pudesse conviver, não suportava ficar sentado nem por poucos minutos, não havia fisioterapia que trouxesse conforto nem analgésicos. Foi piorando com o passar dos anos, chagamos a levá-lo duas vezes por semana durante meses ao pronto socorro para tomar morfina, aos gritos de tanta dor. Procuramos tratamentos convencionais e alternativos, acupuntura inclusive, e nada. A gota d'água foi ouvir de uma FISIATRA DA AACD (SÃO PAULO) QUE A DOR QUE ELE SENTIA ERA PORQUE NÃO SE MOVIMENTAVA E QUE ELE MESMO TINHA QUE SE AJUDAR, QUE ELA ATUAVA NESTA ÁREA HÁ 13 ANOS E ESTAVA CANSADA DE VER CASOS ASSIM.

   Até que em mais uma entediante passagem por mais um neurologista não me segurei e falei que não era possível, que se até pacientes em estado de câncer terminal vivam com o mínimo de qualidade de vida e controle de dor, que alguém teria que resolver, que meu pai não ia viver com dor até o fim. A neurologista falou que, pelo histórico dele, já haviam tentado de tudo na parte de neuro, ortopedia e fisiatria, que estava fora do alcance dela e que iria encaminha para um ESPECIALISTA EM DOR.

   Pronto, depois de anos sofreno em vão, na primeira consulta, o médico (que ouviu pacientemente toda nossa história) diagnosticou como sendo UM CASO CLÁSSICO DE DOR DE ORIGEM CENTRAL, CAUSADA PELA LESÃO NO CÉREBRO, TÍPICO DE AVC!!!! Na hora, não dei credibilidade, não conseguia acreditar que era assim tão simples. Nem confiei nos remédios que ele prescreveu, alguns até já usados em tentativas frustradas de outros médicos, mas não todos juntos e associados a mais um medicamento novo.

   Enfim, começamos o tratamentos sem esperança e reclamando do preço de um dos remédios que é bem caro. Foi SIMPLESMENTE INACREDITÁVEL, DEU CERTO, FOI EXATAMENTE COMO O MÉDICO DA DOR FALOU!!! A dor do meu pai sumiu assim sem mais nem menos, durante dias não conseguimos acreditar, ficamos com medo de de repente voltar aquele pesadelo todo, mas não. A dor está controlada, pelo uso dos remédios adequados. Ele tem outra vida, pararam nossas idas de emergência ao hospital. Agora ele de fato vive, pois antes apenas ficava na cama reclamando de dor, chorando, deprimido. Alguém aí já passou por isso? Alguém aí já passou por isso DURANTE 3 ANOS? Alguém tem ideia do que é SENTIR DOR DESDE O MOMENTO QUE VOCÊ ACORDA ATÉ O MOMENTO EM QUE A DOR LHE CANSA TANTO QUE VOCÊ DORME, DIA APÓS DIA, SEM INTERVALO? Meu pai, eu e  minha mãe vivemos assim durante anos, ele fez todos os tipos de exames existentes  na busca de uma origem física da dor, e esta estava lá no seu próprio cérebro o tempo todo na nossa frente e nenhum médico foi capaz de enxergar!

   Agradecemos à neurologista que foi capaz de assumir que não sabia o quê ele tinha e teve humildade de encaminhar para alguém que entendesse. AGRADECEMOS AO DR DEOCLÉCIO TONELLI, médico anestesista especializado na terapia da dor, ambos do Hospital Mário Covas, em Santo André SP.

   Os primeiros e mais importantes anos de recuperação foram perdidos, pois ele sentia tanta dor que não era capaz de se concentrar para desenvolver o trabalho de fono e de terapia ocupacional (esta última na AACD, a terapeuta não foi nada compreensiva, achava que era "manha"). A fisioterapia também foi prejudicada, muitas vezes ele saía da sessão pior do que tinha entrado (e os fisioterapeutas não entendiam o porque, tentavam de tudo... agradeço todas as tentativas).
  
  Então, era isso que eu queria compartilhar. Sei que é comum pacientes em reabilitação de AVC às vezes se entregarem,  não aceitarem a condição, arranjarem desculpas para não se esforçar, mas se você acompanha alguém assim que se queixa de dor o tempo todo, e dá para perceber que não é "manhã", e que não é uma dor "psicológica", desconfie. Corra atrás, investigue, peça várias opiniões de vários especialistas. NINGUÉM VIVE COM DOR! Não está certo, paciente de AVC NÃO "É ASSIM MESMO", como ouvi de diversos profissionais da saúde  ao longo de anos. Por que citei a AACD? Porque é um centro de referência, onde encontramos médicos e terapeutas extremamente qualificados no atendimento a estes casos, onde você espera até um ano por uma vaga para se tratar. Onde ninguém foi capaz de levantar a hipótese correta de diagnóstico, onde ouvimos apenas críticas (com a boa intensão de incentivar, creio eu), ONDE MEU PAI FOI ACUSADO DE SER ACOMODADO E DE NÃO SE INTERESSAR PELA PRÓPRIA RECUPERAÇÃO. Demos azar com a AACD? Talvez.. não me importo em saber se os médicos de lá são mesmo tão competentes como dizem ou não. Me importo em mostrar que MESMO OS MELHORES PROFISSIONAIS PODEM NÃO CONSEGUIR FAZER O MELHOR PARA UM DETERMINADO PACIENTE, ISSO NÃO DEVE SIGNIFICAR UM PONTO FINAL! Não desistam nunca, corram atrás, cobrem dos médicos, insistam, procurem, pesquisem, conversem, pois sempre HÁ UMA SOLUÇÃO! Pode não ser como a gente espera, pode não resolver na hora, mas SEMPRE HÁ COMO TRAZER CONFORTO PARA QUALQUER PACIENTE, basta querer, se interessar, ouvir, tentar. 

   Se quiserem formatar meu texto, tudo bem, se quiserem esconder a parte da AACD não me importo... apenas quero compartilhar todo esse sofrimento que, embora tenha demorado muito e desgastado a todos, embora tenham desperdiçados anos valiosos de reabilitação, chegou ao fim. Quero que, se alguém estiver passando pela mesma situação, possa agora estar informado e fale para o médico : "por favor, me encaminha pra um especialista em dor" . E que esteja ainda em tempo, e que possa ter um tratamento adequado, uma recuperação digna e um restante de vida confortável, com todas as sua limitações, mas também com qualidade de vida, sem dor, sem sofrimento desnecessário.

--
    Manuela Torres

quinta-feira, 17 de maio de 2012

De enfermeiro a paciente




Olá, pessoal! Saúde e paz!

No dia 09-05-2010 postei um depoimento relatando as angústias provenientes do avc isquêmico sofrido no dia 17-01-2010.hj, após2 anos e 4 meses volto para dar notícias.foi muito difícil encarar as mudanças ocasionadas pelo AVC.
Jovem de 28 anos, enfermeiro de setor de neurologia,sem vícios,praticante de atividades físicas, hemograma e ecocardiograma duas vezesao ano sem alterações, realizado sentimentalmente e profissionalmente. Enfim, tudo muito bem.tive o AVC isquêmico causado por uma endocardite bacteriana. De repente não sentia,não movimentava o lado esquerdo do corpo e a face toda torta.não suportei, veio a depressão.ah...disseram que eu não andaria mais e o braço esquerdo não movimentaria, devido tamanho da lesão.pessoal.

Hoje, após os 2anos e 4meses passados estou muito bem.saí da depressão,a face voltou ao normal,vou em qualquer lugar sem dificuldades, apenas arrastando 1 pouquinho a perna.tenho vários movimentos de braço e fecho a mão; só não consigo por enquanto abri-la.faço concursos concorrendo às vagas destinadas às pessoas com deficiência física e o melhor de tudo:estou na auto escola pessoal, dirigindo 1 carro adaptado pelas ruas da capital mineira.Todas essas vitórias foram possíveis graças ao meu deus,à minha força de vontade, família sempre presente(suma importância), "amigos" que sobraram, várias sessões de psicoterapia, fisioterapia e terapia ocupacional.temos a necessidade de comparar nosso caso com o dos outros, pelo menos eu tinha. Não adianta. A recuperação depente do tamanho da área lesada e do organismo de cada indivíduo.

Nunca podemos comparar a nossa recuperação com a do outro.
Caso alguém queira trocar experiências: neyluciano@yahoo.com.br
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