Minha mãe sofreu um AVCH há um ano e 2 meses.... Houve erros médicos, fomos desenganados pelo médico, dizendo que o quadro era irreversivel e ela estava com morte cerebral, sem ao menos fazer um exame, só de olhar para ela,..Depois, passou por uma cirurgia,de descompressão... O dela foi na região do cerebelo... Por causa da pressão intracraniana, utiliza um dreno subcutâneo... Mas até estabilizar, houve infecção no dreno, meningite por causa disto. Depois foi para o HC de Susano. Houve uma necrose em cima da válvula, infecção novamente, cirurgia para retirar o dreno, cirugia para colocar o dreno...Foram 5 cirurgias no cérebro, quatro vezes na UTI, 1quinze dias em coma e seismeses de internação no hospital.Agora está em casa, sendo cuidada principalmente por meu pai, e uma enfermeira... eu cuido de manhã e à noite, minha irmã aos fins de semana...Ela ainda não mexe o corpo... Não houve isquemias no cerebro, mas os neurologistas não sabem dizer ainda qual a extensão, gravidade do AVC. Às vezes ela responde, está consciente de tudo que acontece ao redor, dá risadas quando faço uma brincadeira... Ela gosta de assistir à novelinha da tarde...Enfim, muita esperança e luta por um longo caminho a seguir...Depoimento enviado por Issao, de São Paulo - SP
segunda-feira, 25 de maio de 2009
Demora no atendimento
sábado, 23 de maio de 2009
AVC Hemorrágico
quinta-feira, 21 de maio de 2009
Lutar sempre - Pensar positivo
quarta-feira, 20 de maio de 2009
Recado aos Sobreviventes e Amigos
Chegou e-mail tão lindo que deu vontade de compartilhar com todos vocês, participantes ou visitantes desta página.
Por ser longo, em vez de disponibilizar entre os comentários, transcrevo aqui.
São importantes as palavras de incentivo. Por isso, pedimos a todos leitores que nos escrevam sempre, do modo que for mais fácil: em forma de comentário, em e-mail para o grupo ou para um dos participantes!
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Li os depoimentos dos Sobreviventes do AVC. Aliás, reli. Engasguei nos meus pensamentos. Percorri alguns corredores de hospitais diferentes, visitei vários pacientes, como meu pai, minha mãe, minha tia, e amigos de longa data e amigos de situações breves, mas muito significativas. Vivenciei um pouquinho daquela primeira noite no hospital, a seu lado e ao da Paulinha, em fevereiro de 2007.
Sim, vocês, pacientes, família e cuidadores, são heroicos sobreviventes. São pesadelos comuns, que foram encarados com coragem e, assim, superados. Ainda que a luta não dê trégua, vocês, sobreviventes, vão se solidarizando, se apoiando e vencendo cada etapa. Como a Bete já experimentou e constatou que ninguém pode esmorecer, mas, antes, deve continuar a lutar, mas lutar sem pressa, com calma. Seu nariz, com cinco pontos, se não me engano, é o exemplo disso.
Suely, que bom que você encontrou pessoas fortes, fervorosas, que transformam o sofrimento em dádivas. Se a Ju estivesse por aqui, certamente diria pra quem está desanimado: "Vai lá na página dos sobreviventes do avc, que você, ou fica humilhado por ter a oportunidade de sair a qualquer hora do dia porque não tem de ficar 'de prontidão' ao lado de seu marido, esposa, pai, filho, ou fica agradecido por ter saúde ou fica envergonhado de ter chorado tanto por uma pessoa, enquanto há milhares carecendo de um sorriso, de carinho, de uma cama hospitalar, de uma palavra amiga."
Ao ler o depoimento da professora Elaine, filha única de também pai filho único, advinha: Pensei tanto em meu pai, que, numa noite mágica no hospital, me dizia que tudo que sentia "era por Deus"... "que maravilha, isso é por Deus, filha", dizia esfregando as pernas. Era o início da despedida.
Desculpa, Suely. Comecei a escrever com o propósito de agradecer a lição de perseverança, da incansável luta por melhor qualidade de vida que você faz para oferecer ao Paulo e a experiência de seus novos amigos, e acabei por falar de mim. Entenda, vocês me comovem. Quando li, pela primeira vez, os depoimentos fiquei tão pequena que não me arrisquei nem a dizer a você que havia visitado a página.
Li partes da campanha espiritual da Bete. Resultado: fui ficando cada vez mais leve. Aí resolvi escrever pra você. Gostaria de deixar um recadinho na página dos sobreviventes do avc, mas a insegurança me impediu. Sem querer, a minha melhora é prova de que vocês , sobreviventes do avc, fazem a grande diferença na vida das pessoas.
Obrigada, obrigada mesmo, a todos vocês. Sou suspeita, mas a Suely é uma japonesinha de fibra, de ação, de fé, de altruísmo, à semelhança de Paulo Paiva, Paulo Coutinho, Bete, Alfredo, Márcia, Nélson, dona Alice, Amélia, Mílton e tantas Marias, Joãos e Josés. Que Deus ilumine a todos.
Abraço, Angela.
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O texto acima conseguiu anular toda carga negativa que se abateu sobre mim na noite de domingo, quando convidei outra pessoa a revisitar a página. Ela me disse: "Agradeço, mas não quero ver não, fiquei muito triste com os relatos". E depois daquele dia, a amigona de papos furados de todas as noites desapareceu!
Incrível como uma simples frase dessa, proferida em 30 segundos, pode nos derrubar e para reerguer precisamos de uma página inteira. A situação se assemelha a que ocorre com avc. Um rápido acidente, perda de funções e uma luta incansável para superar, recuperar as funções, reaprender, se reerguer.
Só vocês, bravos companheiros desta luta, e pessoas que vivenciaram situações-limite têm idéia do que é escutar coisas do tipo: "não queria estar na sua pele". Mas só esta grata experiência nos faz perceber o quanto este acidente - na sua vida ou de familiar próximo - nos torna pessoas diferenciadas, verdadeiramente escolhidas por Deus. Só ao chegarmos aqui, percebemos que antes não éramos nada...
Suely
segunda-feira, 18 de maio de 2009
Acredite sempre em você!
sábado, 16 de maio de 2009
OBRIGADA A TODOS!
quarta-feira, 13 de maio de 2009
Um procedimento, uma negligência...
Naquela tarde, o Luiz me contou como ele e os colegas aprontaram na época do Objetivo, como diz ele. Mas ele estava feliz, confiante que tudo ia dar certo e que nós tínhamos muito, muito a comemorar pois não seria esta pedra que o limitaria a realizar os planos dele, que inclui uma pós-graduação e o tão sonhado concurso pra perito do estado e ou de agente de polícia federal, juntamente com o da Abin.
segunda-feira, 11 de maio de 2009
Mais um sobrevivente
sábado, 9 de maio de 2009
Corredor da vida... vida?
Um capítulo a parte: as cuidadoras do pai
Conforme já manifestei em várias ocasiões na comunidade, sou filha única de um pai que é filho único. Ao sair do hospital, o próprio médico sugeriu que eu pedisse para minha tia mais velha, irmã da mãe, ficar em nossa casa, como uma espécie de governanta, para que eu pudesse voltar ao trabalho e assim fizemos. Claro, além dela, contratei duas pessoas, uma para o dia, especialmente nos horários em que eu não estava e outra para a noite.
A mulher que cuidava o pai durante o dia “apegou-se” a minha tia e as minhas determinações não eram atendidas, o que valia era a palavra da minha tia: 78 anos, o marido faleceu de um ataque cardíaco e ela nunca teve empregadas, a neta de 28 anos mora com ela e faz todo o serviço, ou seja, a minha tia nunca precisou mandar alguém fazer as coisas dentro de casa e achava muito natural ficar conversando com a cuidadora do pai, enquanto o pai ficava só!
Eu, em geral, sequer almoçava em casa, para não dar mais preocupação, fazia-o na casa de duas famílias amigas e chegava em casa por volta da uma hora da tarde. Numa ocasião, ao entrar em casa, percebi uma grande movimentação no quarto do pai: a cuidadora e a minha tia colocavam cobertores, edredons sobre o pai com a justificativa de que ele estava com frio. Comecei a tirar todos os agasalhos, procurei o termômetro e verifiquei a temperatura: 36,2ºC. Observei a pulsação, a pressão arterial e tudo estava em ordem. Pergunta básica: o que o pai comeu no café da manhã? Resposta: Nada, ele tava sem fome! Pergunta básica 2: o que o pai comeu no lanche das dez? Resposta previsível: Nada, ele tava sem fome! Pergunta básica 3: O que o pai comeu no almoço? Resposta previsível: Nada, ele não quis comer! Atitude imediata, fui a cozinha, peguei uma colher de açúcar, fiz o pai ingerir e, em 5min, o pai estava reagindo.
Meu pai estava tendo uma crise de hipoglicemia que mata em pouco tempo, quando disse isso, a cuidadora e a minha tia responderam, em uníssono: Mas a gente não ia deixar ele morrer! Diante da infantilidade da resposta, preferi dizer: Sei disso, imagina! Meu pai estava praticamente em coma, mas elas não o deixariam morrer...e eu faria a dança da chuva, né?!
A mesma cuidadora e a mesma tia: 13h, a filha desnaturada chega em casa e a tia diz: Senta aqui, nós precisamos ter uma conversa! Bom, se considerarmos que nem meu pai, nem a minha mãe nuuuunca, never, tiveram este tipo de atitude, juro por Deus, me senti confusa, desorientada, o que poderia a minha tia dizer para mim uma mulher de 43 anos, independente desde os 18 anos? E veio então a ladainha: O teu pai é ruim, o teu pai é ingrato! Como assim, cara pálida? Tu acredita que ele deu um safanão na Wilma (a cuidadora)? Eu vi e mandei que ela colocasse ele para dormir, onde já se viu dar um soco na coitada da mulher e disse isso pra ele, que ele não podia fazer isso! Então, tá, cara pálida! Repreendeu o pai, vítima do quinto AVCI e repreendeu a filha, talvez porque a filha não deu educação para o pai!!!!! Olhei para cuidadora, ela estava lavando a louça que ela e a tia usaram para o almoço, estava emburrada e sequer me dirigia o olhar. Depois que a tia terminou a reprimenda, perguntei para a cuidadora: Quantos pacientes, vítima de derrame, tu já cuidaste? Resposta: sei lá, uns dez ou doze, cuidei do seu fulano, do seu beltrano... e quantos deles se irritavam, gritavam, se debatiam e tentavam (notem: tentavam) agredir seus cuidadores? Resposta mais do que esperada: A maioria! Então, me explica o motivo de alteração na rotina da casa? Silêncio sepulcral. Este fato aconteceu numa quinta-feira. Detalhe importante: naquele dia, como castigo, elas não deram almoço para o pai, preparei uma salada de frutas e levei para ele.
Na segunda feira seguinte, a cuidadora chegou as sete horas da manhã e eu estranhei... Entrou no quarto do pai, pegou suas coisas e passou pela cozinha, eu estava tomando café para, em seguida, ir à escola, deveria dar 10 horas aula naquele dia: Pode arrumar outra, eu não agüento cuidar de dois velhos, ou eu cuido da tua tia ou eu cuido do teu pai! Eu levantei, peguei a carteira, paguei os dias trabalhados e agradeci.
A nova cuidadora ficou conosco um ano e cinco meses. Era uma excelente cuidadora, certamente, ela tratava o pai muito melhor do que eu saberia fazê-lo, mas ela, literalmente, surtou: entrou em depressão e foi...me deixou só, mais uma vez.
A terceira cuidadora do pai veio trabalhar por tempo determinado: eu acertei que ela faria uma experiência de dois meses. Uma ótima cuidadora, mas o pai detestou-a. e posso confessar, eu também não gostei: certo dia, encontrei-a revirando o lixo e perguntei o que acontecera: tava olhando, ver se tinha alguma coisa que eu pudesse levar para casa! Aliás, esta cuidadora foi a mesma que “logrou” o nosso cão. O pai sempre comprava ossos para o cão (o animal é dele!) e, certo dia, enquanto esta cuidadora estava em nossa casa, fiz o mesmo! Gentem, ela teve um treco: como assim, eu ia dar ossos carnudos para o cachorro? Resultado, o cão ficou a ver navios, ela fez uma pregação tão contundente contra o pecado que é dar carne para os animais que eu disse: a senhora quer os ossos? Pode levá-los! Agora, dou boas risadas do fato, mas, no dia, fiquei sem reação. Pecado, cara pálida?
Como o pai rejeitou a tal cuidadora, fui a procura de outra, excelentes referências, ela era uma excelente empregada doméstica, mas considerava “bobagem” tomar cuidado com a alimentação do pai – ora, não dar arroz e batata na mesma refeição, frescura! (sim, meu pai é diabético, dois amidos combinados produzem glicose!). Ademais, ela nunca admitiu que as dores que o pai reclamava sentir no braço eram resultado do AVC e me dizia que o pai devia estar com algum osso quebrado. Ela ficou conosco durante oito meses e, ao sair, disse para metade da cidade: A Elaine? A Elaine é retardada, passa o dia lendo e escrevendo! Sim, cara pálida, de onde ela pensa que uma professora tira o seu sustento.
Bom, mais uma cuidadora: 15 dias. Na verdade, apenas 10 dias, os outros cinco ela não compareceu: problemas na escola do filho, marido doente e ... numa segunda-feira, cinco da madrugada, meu telefone celular toca – a cobrar! -, como não costumo atender ligações a cobrar, não sabia o numero do telefone dela e não considero exatamente uma boa educação fazer-se uma ligação telefônica a cobrar no meio da madrugada, desliguei. Nova tentativa: pensei, deve ter morrido alguém. Era a empregada, destroçada em soluços: meu avô morreu, eu queria tanto ir ao enterro! O que poderia ser dito: Vá, vá tranquila, eu “me viro”! Não fui à escola na segunda-feira; terça, me arrumei, daria aula durante toda a manhã, mas ela não apareceu. Tentei telefonar e recebi a mensagem: “Este telefone encontra-se desligado ou fora da área de cobertura”... tentei, várias vezes, durante o dia e a mensagem se repetia. Quarta feira pela manhã, ela não apareceu... Não tive duvidas, fui à procura de outra pessoa e contratei uma nova cuidadora. Na noite de quarta feira, em torno de nove ou nove e meia, ela me ligou para avisar que retornaria ao trabalho na quinta. Disse-me que estivera fora da cidade, visitando parentes e que apenas retornara na quarta feira.
Estávamos apenas começando a fase mais “movimentada”. Contratei uma pessoa com grande experiência, altamente recomendada, mas esqueceram de me dizer que ela era extremamente ansiosa. Juro por Deus, nos primeiros dias em que ela esteve conosco, eu não dormia, passava acordada durante toda a noite, em crise de ansiedade...ela me enlouquecia! Mas, as aulas começariam em breve e era preciso ter alguém para cuidar do pai, alguém com experiência e confiável... agüentei o tranco! No segundo dia de aula, ela me avisou que, na semana seguinte, não viria mais! O marido conseguira um emprego fora da cidade e ela iria embora. Paciência.
Nova cuidadora: Dois dias, no terceiro o filho adoeceu e ela sumiu! Nova cuidadora: oito dias, ela “descobriu” que não sabia cuidar de um paciente, vítima de AVC – como assim, cara pálida? Tu não tens experiência? Sim, tenho, mas nunca cuidei de homem e estou me sentindo constrangida...ok! Nova cuidadora: 15 dias. Quando fui pagar a quinzena, repeti um pedido que fizera desde o início: por favor, me ajude a controlar a necessidade de compra de medicamentos e frutas e verduras (na verdade, eu ficara sem o principal medicamento do pai, no domingo anterior, precisei consegui-lo emprestado no hospital local), então ela me disse: Mas, até isso terei que controlar? Deu um sorriso amarelo, fui ao quarto para guardar o talão de cheques...e pensei, dá um tempo, deixa que ela se acalme. Alguns minutos depois, retornei a cozinha, a limpeza inacabada, a porta dos fundos escancarada e nem rastro da criatura...À noite, telefonei, educadamente, mas a resposta foi: Não vou mais! Paciência.
Estamos, agora, com uma jovem, casada, 25 anos, sem muita experiência, mas se dá super bem com ele...e eu estou feliz!
Assim, se você está passando pelo processo inicial da doença, não se preocupe, você aprenderá a lidar com as adversidades. Não pense, contudo, que a “rotatividade” de cuidadores é um problema exclusivamente seu e nem imagine que a culpa é sua, conversei com vários médicos e a resposta foi a mesma: eles não têm compromisso.
Escrevi este post porque, como filha única, enfrentei toda a sorte de adversidades e, durante algum tempo, quase acreditei que a “rotatividade” das cuidadoras fosse culpa minha. Não era. Então não se martirize, concentre suas forças no cuidado com a pessoa amada, na recuperação dela e cuide-se um pouco, você merece.
Elaine dos Santos